Vice-campeão em 2023 anunciou que não participará da edição de 2024
O Lagarto Futebol Clube, vice-campeão do Campeonato Sergipano de Futebol Feminino de 2023, anunciou que não participará da edição de 2024 da competição devido à falta de recursos financeiros. A informação foi confirmada pela Diretora do Lagarto Futebol Feminino, Jéssica Santos, que revelou as dificuldades enfrentadas pelo clube para manter o time ativo.
Em entrevista, Jéssica explicou que, no ano anterior, os custos com a equipe foram cobertos em grande parte por ela mesma. “Ano passado, eu gastei do meu próprio bolso. O clube ajudou com alojamento e transporte, mas este ano fui comunicada que não haveria interesse em participar”, disse a diretora.
Ela também criticou a organização do Campeonato Sergipano Feminino, destacando a falta de apoio e planejamento adequado para as equipes. “O futebol feminino ainda está muito distante de alcançar os avanços necessários. A competição é realizada quase no final do ano, e você tem uma reunião, como aconteceu dia 6, sem sequer 30 dias para se organizar. A realidade do futebol feminino é muito difícil. A Federação precisa repensar algumas estratégias”, afirmou.
Jéssica também ressaltou as dificuldades enfrentadas pelas atletas, muitas das quais acabam se dividindo entre diferentes modalidades, como futsal e futebol de campo. “Tem meninas que jogam futsal e acabam tendo que optar por uma ou outra modalidade, porque o calendário e a estrutura são muito apertados”, completou.
Em 2023, o Lagarto F.C. teve uma campanha histórica, chegando à final do Campeonato Sergipano Feminino, onde ficou com o segundo lugar após perder para o Confiança na decisão. Na ocasião, a equipe recebeu a medalha de prata, consolidando-se como uma das principais forças do futebol feminino sergipano.
Para as atletas, é mais uma oportunidade perdida de representar sua cidade. A jogadora do Lagarto F.C, Tatiana Alcântara disse entender o afastamento do clube devido às dificuldades, mas que existia uma expectativa de ainda entrarem na competição. “Sempre foi nós por nós. O fato da competição ter sido feita em cima da hora dificultou muito e ficou quase inviável para a gente participar”, completou.
Ela também destacou o histórico positivo do time nas últimas edições. “Por termos chegado a duas finais consecutivas, nas duas vezes que participamos, existia essa expectativa de continuarmos no campeonato. Era esperado que o time participasse pelas campanhas dos últimos anos”, acrescentou a jogadora.
Tatiana revelou que recebeu convites de outros clubes para disputar o campeonato, mas decidiu focar no futsal, que também está com o calendário ativo em 2024. “Existe a correria entre trabalho e estudo, e isso pesa muito. Optei pelo campeonato de futsal porque consigo jogar aqui em Lagarto também”, concluiu.
A ausência de um clube tradicional como o Lagarto F.C. reforça a fragilidade estrutural do futebol feminino em Sergipe, que carece de planejamento adequado e apoio para manter suas equipes na ativa.
