Acesso ao estádio só seria permitido mediante o pagamento de R$ 10

Fernanda Spínola
A partida entre Socorro Sport e Confiança, realizada neste sábado (30) no estádio Adolfo Rollemberg, ficou marcada por um episódio polêmico envolvendo a cobrança de ingressos para torcedores. O presidente do Socorro Sport, Saulo Medeiros, impediu a entrada de mais de 15 pessoas, alegando que o acesso só seria permitido mediante o pagamento de R$ 10, valor que não havia sido previamente anunciado.
Segundo funcionários do estádio, a determinação partiu diretamente do presidente, pegando de surpresa tanto os torcedores quanto a equipe adversária. “Quando chegamos aqui, até tentei conversar com ele, mas fui barrado na entrada porque ele disse que já havia duas pessoas da equipe do lado de dentro”, afirmou o diretor de marketing do Confiança, Felipe Moreira.
A situação gerou mais insatisfação quando o número de torcedores acumulavam na entrada do estádio. “Sabemos a luta do futebol feminino e ele não poderia ter deixado 15 pessoas do lado de fora pedindo para pagar, quando não foi notificado, nem anunciado em nenhum lugar que haveria essa cobrança”, criticou Moreira.
O diretor de marketing do Confiança explicou que chegou a acionar a Federação Sergipana de Futebol (FSF) para buscar uma solução. A entidade autorizou a entrada dos torcedores, desde que fosse feita uma lista com os nomes, mas o responsável pelo estádio impediu que os dados fossem coletados.
“Oferecemos pagar pela entrada desses torcedores, mas o presidente disse que não poderíamos sair do estádio sem pagar pela volta”, relatou Moreira.
A vice-presidente do Conselho Administrativo do Confiança, Danielle Ferreira, lamentou o ocorrido e destacou o prejuízo para a imagem do futebol feminino em Sergipe. “Essa situação afasta ainda mais o torcedor de acompanhar o futebol feminino no estado. Muitas pessoas se deslocaram de suas casas e não puderam assistir ao jogo porque a cobrança sequer foi divulgada pelo mandante da partida”, criticou.
O presidente do Socorro Sport não quis se pronunciar sobre o ocorrido.
Danielle também chamou atenção para outra irregularidade: a ausência de um médico no estádio, como determina o regulamento da competição. “Há uma técnica de enfermagem, mas é preciso ter um médico nos jogos. As atletas precisam de respeito e de assistência adequada caso passem mal ou se machuquem”, enfatizou.

